quarta-feira, 3 de junho de 2009

Apresentação

Até meados do século XVIII São Paulo ainda era vista como uma cidade pouco desenvolvida, com cerca de 20 mil habitantes. É nesse cenário que encontra-se a região central da capital paulista. O avanço eminente das indústrias gerava transformações sociais por todo o país, o que não poderia deixar de ser diferente nesta região.
A partir do século XIX as construções que deram a São Paulo ares urbanos e modernos foram valorizadas, padronizando as áreas públicas e privadas. Em 1891 a iluminação passa a ser elétrica. Começa o tráfego de veículos, que ao se tornar cada vez maior, necessitou de estacionamentos: Pátio do Colégio, Largo São Francisco, Largo da Luz, entre outros lugares. Logo surgem as linhas dos bondes. Nas lojas do Centro se encontrava de tudo: charutos importados, destilarias, tecidos ingleses, roupas com corte francês, especiarias do Oriente; enfim, através do consumo, a cidade fazia de si uma extensão ligeira do Velho Mundo. A ambição pelo status europeu fez da capital um centro de comércio diversificado, com características estrangeiras, presentes também na arquitetura do ambiente. Essa era uma época onde as mulheres usavam tecidos nobres. A fé católica era levada em grande consideração, como visto, as grandes igrejas do centro de São Paulo.
Os jornais se tornam se tornam almanaques literários. As faculdades tradicionais da capital abrem portas aos filhos de pais abastados.
Mas logo todo o tradicionalismo se perde, cedendo lugar as novas tecnologias, movimentos sociais e políticos, a moda e a estética, o popular e a cultura.
Dividido entre uma parte antiga e uma parte nova, o atual Centro Histórico de São Paulo é composto por diversos monumentos que contam a história da cidade. Na parte antiga (leste do Anhangabaú), encontram-se várias igrejas, como, São Francisco São Bento e a Catedral da Sé. E do lado considerado novo, (ao oeste do Anhangabaú), estão a Praça da República, Teatro Municipal entre grandes pontos importantes. A população segundo o site Viva o Centro, com dados oficiais do IBGE estipula para a região da Sé 16.230 habitantes, República 44.033 habitantes,(1999).
O Centro Histórico de São Paulo hoje é visto de várias formas, pois é por ali que passa a grande massa de população trabalhista, turística ou simplesmente “transitória”. Todos estão com pressa ou de passagem, então seria maravilhoso trazer-lhes um pouco do que eles perderam ao passar.
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(Todas as informações utilizadas para o composição desse texto foram retiradas do site: http://www.vivaocentro.org.br/hp.htm)
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domingo, 31 de maio de 2009

Cotidiano

“Agitação”
Esquina das ruas Direita e Quinze de Novembro em uma segunda-feira de manhã.

“Xixi”

A questão do xixi no Centro Histórico é um assunto discutido há muito tempo e que não é “privilégio” de São Paulo, pois outras cidades, como Salvador, sofrem com o mesmo problema. A falta de infra-estrutura para ajudar os moradores de rua, seja no oferecimento de moradia em albergues ou na instalação de banheiros públicos, leva importantes monumentos da região a serem alvos do indesejável líquido. Isso é muito prejudicial ao patrimônio histórico, porque a urina tem um efeito extremamente corrosivo sobre alguns materiais, a exemplo do bronze e do granito.

Cotidiano

“Obras”
As obras da Linha 4 (Amarela) do Metrô, iniciadas em 2004, ainda trazem transtorno para a região da Praça da República, além de esconderem com seus tapumes a beleza da praça, que é um dos pontos mais importantes na história de São Paulo.



“Big Brother”
Câmeras na esquina das ruas Quinze de Novembro e João Brícola, em frente ao antigo Banco de São Paulo, que hoje abriga a Secretaria de Esportes, Lazer e Turismo do Estado de São Paulo. É a vigilância em favor da segurança.



“Lixo urbano”
Apesar do serviço especializado de coleta de lixo, o problema da sujeira ainda é uma constante no centro de São Paulo.


“Grande platéia”
Equipe de reportagem da emissora de TV Bandeirantes (Band) no Viaduto do Chá. O centro da cidade permite a realização de qualquer pauta, por causa da circulação de um grande número de pessoas, de diversas idades, locais e classes sociais.

Cotidiano

“Passos de fé”
Freira passando em frente à Faculdade de Direito do Largo São Francisco para ir à concorrida missa das 10 horas, de sábado, na Igreja de São Francisco.

“Marco Zero”
Praça da Sé em um sábado de manhã: sem a agitação da semana, o lugar que já foi palco de tantas manifestações culturais e políticas, recebe tanto turistas quanto desocupados.

Peculiaridades

"Um ilustre personagem do Largo São Francisco"

Quem vier a passar em frente à Igreja de São Francisco talvez encontre sentado ali, Antônio Conceição Costa, o “Tonho da Neca”. Tocador de Moda de Viola, Tonho constituiu a maior parte de sua carreira ao lado de sua esposa e parceira Maria Aparecida, falecida a cerca de 2 anos. Hoje com 65 anos, ele faz dupla com seu violão, o qual carrega a imagem de “Jesus”, o que para ele é símbolo de sua religiosidade. Seu jeito simpático e humilde, parte do seu repertório estão disponíveis ao vivo a todos que passam e se disponibilizam ao espetáculo gratuitamente. Este é certamente um personagem singular, encontrado no Centro Histórico de São Paulo.

“Religiosidade”

Mensagem de agradecimento de Seu Antônio àqueles que o ajudam, lhe dando dinheiro ou comprando seus CD’s. Percebe-se que ele é um homem muito religioso, não só pela frase, mas também pela imagem de Jesus Cristo em sua viola e pelo próprio local onde ele se apresenta.

Peculiaridades

“60 anos de Trolebus em São Paulo”
Trolebus no Viaduto do Chá, com pintura em homenagem, feita em 1999, aos 50 anos desses veículos em serviço do transporte público de São Paulo. Já se passaram 10 anos, mas eles ainda continuam rodando pela cidade, principalmente no Centro Histórico.

“Café no Centro”
Largo do Café, na esquina das ruas do Comércio e Álvares Penteado, onde a cafeteria relembra o início do século passado, quando este era um lugar de encontro e lazer para grande parte da população.

"Além da Missa"
Dentro da própria Igreja de São Francisco os fiéis, além da missa os fiéis podem encontrar suvenires a venda por preços populares.

Peculiaridades

“Cidade do interior?”
Coreto na Praça Antônio Prado, onde há construções do início do século XX que dão a impressão de que se trata de uma cidade do interior.

“Velhos hábitos”
Engraxataria em frente à Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), que custeia e mantém o clima de nostalgia na Praça Antônio Prado, conservando elementos e hábitos da São Paulo de 1900.

“Banca de Valores”
Banca de jornal na Rua Três de Dezembro, onde se localiza um dos prédios da Bovespa, que abrigava a Biblioteca Emílio Rangel Pestana e o Centro de Estudos Norberto Bobbio, mas que foi vendido no começo deste ano, em razão da crise financeira.

Características Arquitetônicas

“O Novo e o Velho I”
Vista do Viaduto do Chá para a mistura de estilos arquitetônicos do Teatro Municipal, construído em 1911, e do moderno edifício de vidro, Palácio do Comércio.

“O Novo e o Velho II”
A mistura de estilos arquitetônicos com o prédio espelhado do Unibanco, na Rua Boa Vista, e os prédios com linhas clássicas, como o da Bovespa, na Rua Três de Dezembro.

“O Novo e o Velho III”
Vista do Viaduto do Chá para a mistura de estilos arquitetônicos, com o Edifício Matarazzo, que hoje abriga a Prefeitura de São Paulo e possui um dos mais antigos tetos verdes (jardins no telhado) do mundo, e o moderno prédio do Tribunal Regional Eleitoral.

"Rua Direita"
Visão Geral da Rua Direita, importante centro de comércio, onde os produtos que estão sendo vendidos nas lojas contrastam com a arquitetura antiga dos edifícios.

Comportamento/Interesses das Pessoas

“Sábado na 25 de Março”
A visão geral da Rua General Carneiro em um sábado de manhã mostra a agitação na região da 25 de Março, grande centro de compras da cidade, que atrai pessoas dos quatro cantos do país, por conta dos preços baixos, sejam das lojas ou dos camelôs.


“Turismo”
Grupo de turistas no Pátio do Colégio, um dos vários pontos históricos ou culturais que atraem milhares de pessoas para o centro histórico.


“Compro Ouro”
“Homem-sanduíche”, que trabalha anunciando o comércio de compra de ouro, prata e platina, muito comum no centro da cidade.

Manifestações Culturais

"O Mercadão"
Um dos cartões postais da cidade, o Mercado Municipal, é um patrimônio histórico da capital paulista, além de ser um grande centro gastronômico. Ele foi fundado em 1933, no dia do aniversário de São Paulo, 25 de janeiro, sendo um grande presente de 12.600 m² para o povo paulistano. Projetado pelo arquiteto Francisco Ramos de Azevedo, às margens do Tamanduateí, a edificação possui paredes altas, vitrais largos e coloridos, e 291 boxes que comercializam numerosos e diversos produtos. Em 2004, o “Mercadão” passou por uma reforma em sua fachada e vitrais, além de ter ganhado um belo e amplo mezanino.
Dentre as delícias gastronômicas lá encontradas, que vão desde frutas a carnes, temperos a verduras, legumes a laticínios, destacam-se duas “obras de arte”: o sanduíche de mortadela e o pastel de bacalhau, iguarias especiais pela quantidade de recheio e pelo modo como são feitas. Não é à toa que o “Mercadão” é um dos locais mais visitados de São Paulo.

Manifestações Culturais

“Centro em spray”
Grafite em muro no Largo São Francisco, representando o centro de São Paulo por meio de seus atrativos turísticos, como o Teatro Municipal, e de seu cotidiano, mostrado no morador de rua ou na pessoa que lê cartas.

“Palavras ao vento”
Pregador na Praça da Sé, levando a mensagem de amor e compaixão da Bíblia, assim como Anchieta (homenageado no monumento atrás dele), em um lugar que atrai muitos fiéis católicos para visitar a Catedral da Sé, mas onde ninguém presta atenção no semelhante largado no chão.

Marcos Históricos

“Hora sagrada”

Na fachada da Igreja de São Bento, há duas coisas que chamam a atenção de qualquer pessoas que estiver passando pelo local: a imponente São Bento e o suntuoso relógio. A estátua de bronze do santo foi esculpida pelo alsaciano Henrich Wadaré e parece abençoar os fiéis. Até uma certa pane nos anos 1960 e o advento de vários aparelhos que fornecem as horas, o relógio da Igreja de São Bento era sinônimo de precisão. A peça, fabricada em Munique (Alemanha) e montada em 1921, servia como ponto de referência para todos que passavam pelo Centro e que desejavam acertar os ponteiros de seus relógios de pulso.

“A beleza da Sé”

A Catedral da Sé, marcada pelo estilo gótico, teve sua construção iniciada em 1913, sob o projeto do arquiteto Maximilian Emil Hehl. Antes, no lugar da catedral, havia um templo, construído pelo cacique Tibiriçá em 1591, o primeiro da cidade. Um dos pontos que mais se destacam dentro da igreja são os púlpitos, objetos difíceis de serem encontrados nos templos atuais. Durante a Ditadura Militar, o cardeal arcebispo D. Paulo Evaristo Arns realizou manifestações e encontros políticos em busca do fim da ditadura. Em 1999, a Catedral da Sé passou por uma grande reforma. Reaberta em 2002, sua programação voltou ao normal e hoje ela é um dos pontos turísticos da cidade de São Paulo.

Marcos Históricos

“Primeiros filósofos”
Fachada do Colégio de São Bento, fundado em 1903, e da Faculdade de São Bento, fundada em 1908, que foi a primeira no Brasil a ter o curso de Filosofia. Foi nesta sacada que o Papa Bento XVI discursou para a multidão, em sua viagem ao país no ano de 2007.

“Passado esfarrapado”
Andando pelo Viaduto do Chá é possível ter uma ideia de como era São Paulo no início do século XX. No primeiro viaduto da cidade, os postes de luz, importado do Canadá em 1920 dão o clima de nostalgia, juntamente com os prédios do Othon Palace Hotel, inaugurado em 1954 para a comemoração do IV Centenário do município, e da Prefeitura (Edifício Matarazzo), que foi construído em 1940 e já abrigou a sede das Empresas Matarazzo e o Banco Banespa. O problema é que essas relíquias estão sendo esquecidas no tempo: as placas das bases dos postes estão sendo arrancadas e vendidas para ferros-velhos; o Othon Palace foi fechado no final do ano passado em razão da fuga de hóspedes para as filiais nas avenidas Paulista e Engenheiro Luís Carlos Berrini; e o Edifício Matarazzo não está mais aberto à visitação desde que se tornou sede da Prefeitura de São Paulo.

“Os Evangelistas”
Estátuas dos quatro Evangelistas (São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João) à direita do portal de entrada da Catedral da Sé.

Marcos Históricos

“Relíquia colonial”
A Igreja de São Francisco, tombada pelo Patrimônio Histórico em 1982, é parada obrigatória para quem quer conhecer a história do Centro de São Paulo. O Convento de São Francisco foi inaugurado em 17 de setembro de 1647, onde hoje se encontram o atual Convento, a Igreja de São Francisco e a Faculdade de Direito. Em 1828, foi requisitada uma parte do prédio para a instalação da então Academia de Ciências Sociais e Jurídicas. Mas o que mais impressiona na igreja são seus santos, as pinturas no teto e as peças em estilo barroco, que lembram as igrejas de Minas Gerais.

“O início II”
Monumento “Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo”, de Amadeo Zani, no Pátio do Colégio. Ao fundo, o Primeiro Tribunal de Alçada Civil, construído no início do século XX.

Marcos Históricos

"Escola Normal"
Parte da fachada do Edifício Caetano de Campos, inaugurado em 1894, na Praça da República, para abrigar a Escola Normal. Em 1978, quase foi demolido para as obras do Metrô, mas como era tombado pelo Patrimônio Histórico, resistiu e hoje é sede da Secretaria Estadual da Educação.

“O início I”

Pátio do Colégio, onde, em 25 de janeiro de 1554, o Padre José de Anchieta fundou o povoado de São Paulo de Piratininga.

Marcos Históricos

"Light"

O Edifício Alexandre Mackenzie, situado na esquina do Viaduto do Chá com a Rua Xavier de Toledo, é uma das preciosidades encontradas no Centro. Foi sede da companhia canadense The São Paulo Light & Power, que teve um papel fundamental na industrialização paulistana, por meio do monopólio de energia elétrica. A construção do prédio, que tem o nome de um ex-presidente da Light, teve duas fases. A primeira foi de 1925 a 1929, sob o comando de Ramos de Azevedo. Crescendo rapidamente, a empresa encomendou um projeto de expansão com Severo & Villares, em que só foi realizado um dos quatro estágios previstos: a ampliação da fachada na Rua Formosa, entre 1939 e 1941. A Light passou por muitas mudanças e até foi comprada pelo governo paulista em 1981. Mas, antes que fosse privatizada, sua sede foi vendida para investidores que transformaram o edifício em um shopping, inaugurado em 1999. Mesmo abrigando cerca de 160 lojas, o Shopping Light preserva as características originais do prédio tombado pelo Patrimônio Histórico.


“O Tempo na cidade que não para”

Relógio na Praça Antônio Prado, junto ao início da Avenida São João. O objeto, construído em 1935, pelo publicitário Otávio de Nichile, possui 8 metros de granito e ferro, distribuídos em linhas clássicas e sóbrias.

Diferenças Sociais

“Provador público”
Moradora de rua troca de roupa em plena Praça da Sé.

Banca de Frutas
“Fartura”: Banca no Mercado Municipal de São Paulo, com uma grande e atraente variedade de frutas, não mostra a realidade do país, onde ainda 14 milhões de brasileiros passam fome (dados do IBGE, em 2004).

"Onde está tudo isso?"
Painel do impostômetro, localizado no viaduto Boa Vista, mostrando o quanto de impostos os brasileiros tinham pago desde o começo de 2009 até a manhã de 4 de abril. A grande questão é saber aonde está indo todo esse dinheiro!

Diferenças Sociais

Ladeira da Memória
A Ladeira da Memória, situada na região do Anhangabaú, é sinônimo de descaso do poder público e da sociedade, que deixam o monumento histórico mais antigo da cidade (sua construção data de 1814) entregue à pichação e, um cidadão, á margem de seus direitos.
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Dois Mundos
Transeunte na Praça da República, com roupas novas, mochila e óculos escuros. Ao fundo, morador de rua, estirado no chão com suas roupas usadas e o seu “travesseiro” de saco plástico.